segunda-feira, agosto 21, 2006

Sem dúvida ... continuamos a conversar . . .

. . . Até agora não entendo o porquê algumas pessoas saem do bar para fumar. Eram umas quatro e pouco e sai, para tomar um ar. Tinha vontade de ir embora. Queria ir, mas não fui. Tinha que esperar alguém pra descer a avenida comigo. Ou então esperaria amanhecer pra ir sozinha. O lugar tava lotado. Mal dava pra se mexer. Fiquei a noite dando voltas, encontrando conhecidos. Não passava de mais uma noite dessas de conversas sociáveis. Mas como já era quase cinco, o bar já estava esvaziado. A música ainda era legal, uma boa leva de rock. Tava cansada, sai, fui para a frente do bar. Mais gente fumando, mais conversas, dessa vez com desconhecidos. Já tava de saco cheio.

Tinha um guri, na verdade dois guris, que há muito tempo uma amiga e eu “cuidávamos”. Mas eu não tava afim, e ela estava casada por aquela noite. “Ai!Mas ele é tão bonitinho”, me dizia ela. E para ela, era o mais bonito mesmo. O cara parecia um pato. Era feio, sim. Tem vezes em que se quer sair e não ficar com ninguém. Enche mesmo o saco essa história. Cansa. Não cansa quando já se quer esse alguém, alguém especifico, há algum tempo. Aí vale a pena. Claro, existem raríssimas exceções. Tentou me beijar, virei o rosto. Numa outra tentativa alcançou-me o lábio inferior. Eca! “Mas ele é tão lindo”. Mas pra mim parecia um pato.

Mais algumas conversas, fui até a frente do bar, que já estava mais vazio. Mais cansada. Entrei com um único desejo: sentar-me um pouco. Abri a porta e fui reto em direção ao único lugar vazio do sofá maior. Nem olhei quem tava por ali. Só sei que ao arredar para o lado umas roupas e bolsas que estavam ocupando o espaço por mim desejado, dei-me por conta. Ele. Ele que há muito tempo queria conhecer.



Ajudou-me a afastar aquelas coisas dali e eu sentei ao seu lado, já sem nem mesmo acreditar. O espaço apertado e o silêncio constrangedor não me ajudavam a pensar em nada para dizer a ele. Em nada mesmo. Só me vinha a idéia de que há muito queria conhecê-lo. Dizia sempre que ele era o tipo “pai dos meus filhos”. Comecei a mexer no zíper da minha bolsa, tentando me distrair. Não lembro a primeira frase que disse, só sei que começamos a conversar. Numa dessas bobagens que se diz num primeiro encontro, eu disse que ele tinha cara de quem fazia história. “E quem não faz?”- ele me disse. Já era formado. Um cara gordo, de bochechas engraçadas, ofereceu-me cerveja. Era amigo dele. E ao lado do bochechudo, mais uns dois homens; e ao lado dele, mais duas mulheres. A simpática mulher que estava ao seu lado me olhou e sorriu.

Olho para a frente e vejo meus amigos sentando no outro sofá, em minha frente. Soltei um sorriso, desses que não se consegue desfazer tão fácil. Ao vê-los dei-me por conta que mais uma acaso acontecera. E esse seria, sem dúvida nenhuma, o melhor dos últimos tempos. Sem dúvida, seria. Virei para rosto dele e senti uma enorme vontade de passar seus cabelos cacheados entre meus dedos. Continuamos a conversar. Ele virou para a mulher simpática e beijou-a. Na boca. Continuamos a conversar . . .


quinta-feira, agosto 17, 2006

Acho que apago isso depois . . .


. . . semana rápida . . . muito ligeira . . .
Já é sexta!
Saudade!Saudades!
Podia estar em outro lugar, outra cidade, mas é melhor assim...eu acho!
Ficar um pouco sozinha, quieta.
Acho que muitos conhecidos saíram ontem. E eu tava incentivando! Mas não queria! Queria ficar em casa! Queria, quero, quero ficar sozinha! Sozinha um pouco!
Tinha decidido isso pra essa semana. Tinha mesmo. Mas e o que aconteceu na segunda? . . . hum!

Semana ligeira!Muito rápida!

Tenhos várias coisas pra fazer hoje! Muitas! Uma eu podia deixar pra alguém, porém, acho que esse alguém não se ligou . . . Uma boa quinta-feira! Várias idéias, vários incentivos. Um bom dia!Ah nem tanto! Mas nem as brincadeiras coloradas me irritaram. Na verdade nada me irrita tão fácil. Não mesmo. Ah! Era rádio e , bem provável, escolheria esporte ou política. E escrevi só sobre o Inter. hehe! Tava bem, sim. Um bom dia. Não ótimo, um bom dia!
Não sei por qual motivo aqui escrevo agora. Não sei. Mas e eu ainda não sei de tantas coisas. E de outras coisas eu bem sei. Ah!Quanta bobagem!
Tô indo dormir. . . que tem mais teorias daqui a pouco! Teoria da comunicação! Como se nem todas assim fossem, não?!

segunda-feira, agosto 14, 2006

No meio termo . . .

... No meio termo . . . é o mais ou menos que vale!

Não é preciso viver num mundo de queixumes, é verdade. Mas é impossível ignorar as lástimas que fazem parte da vida. ‘Faz parte!’-e como fazem-. Não confio muito nesses que consideram ser um ato vergonhoso, por vezes até covarde, o de compaixão. Parecem viver por viver. Parecer forte? Realista? E ainda para os outros? E pra quê?
Se estes vão acabar por esmorecer na própria languidez. Sim, nessa criada por eles, os próprios desbravadores dos tais “mundinhos”. Então, paro eu, no meu tempo. Ao meu tempo, paro, penso e, quem sabe até aprendo. Quem sabe. Aos que dizem que dos adjetivos frio(a) e superficial faço mil observações e até julgamentos, fica a breve citação:

***
A felicidade bestializa: só o sofrimento humaniza as pessoas.



Disseram-me que sou da turma do mais ou menos...dessa onde o meio termo é que vale . . .

Página 107 . . .

. . . Tentei ver um filme que já havia tentando assistir na última semana. A porcaria do dvd trancou. E isso já eram umas duas horas. Cansei de tentar fazer o filme rodar. Fui baixar mais músicas. E fiquei, até umas cinco e pouco, baixando música e lendo blogs jamais antes vistos. Textos bacanas, outros deprimentes de tão ruins. Mas... desliguei tudo. Arrumei a cama com aquela sensação de um outro ciclo. É assim comigo- quem me conhece, sabe. Quem acha que conhece, acho que também já descobriu. Bom..mas enfim! Madrugada, já manhã dessa segunda e eu sem sono. Sem nenhum princípio de sono. Lá na página 107 de um pocket com suas amareladas páginas, eu li:

“ (....) Uma coisa horrível que existe no mundo é o fato dos jovens não terem liberdade para amar; mas pior ainda do que isso é que eles não sabem amar; e no entanto foram feitos para o amor. Não sei se o senhor me entende: uns fogem do amor e outros o procuram com sofreguidão, mas no fim o que fica, em todos, é a mesma coisa, uma insuportável sensação de vazio.”

Paramos. O meu sorriso concordável e surpreso e eu. E aí a minha boca fechou e eu segui sozinha, querendo ler e ler e ler aquilo tudo ali...

“(....) O amor é generosidade, compreensão, ausência de egoísmo, mas no entanto, os amantes são egoístas, mesquinhos e intolerantes, porque essa é a condição humana; agora, acontece que na fase de aguda excitação psíquica que caracteriza todo amor, essas coisas não parecem com muita nitidez.”

Essas coisas acontecem. Acaso? Já me perguntaram se conheço esse tal acaso, se nele acredito. Não creio em muitas coisas, não. Pelo menos acho que não creio nas “certas”. É o que parece. Se acaso ou não...aí está, o fim quase acabado da página 110:

“(...) Lentamente comecei a sentir saudades dela e quanto mais tempo passava mais eu sentia sua ausência. Anos, muitos anos já se passaram, eu nunca mais a vi, cada vez ela está mais perto de mi: esqueci todas as outras mulheres que conheci depois, nem mesmo me lembro do nome de muitas, mas dela lembro tudo, tudo. Estranho, o senhor não acha?” . . .



quinta-feira, agosto 10, 2006

Tudo isso . . .

... Era uma vez uma guria que espera encontrar alguém em que pudesse acreditar e fazê-la crer em alguma coisa. Esperava, já sem qualquer resquício de ansiedade, tudo isso. Algo quase impossível, sabia. Mas às vezes flagrava-se pensando que tudo isso era algo quase impossível. Imagina! Beirar sei lá que idade sem ter encontrado tudo isso. Ah! Mas o bom mesmo seria encontrar tudo isso depois de ter aproveitado todo o resto. Porém, não valeria tanto. Se queria tudo isso, não valeria. Não mais pensava tanto em tudo isso. Não mesmo. Aprendera a deixar tudo isso para depois. Que coisa! Quando se aprende algo, outro algo novo acontece! É assim, não? Como já se sabe, a guria não procurava tudo isso, mas esperava. Quem procura acha...e quem não procura? Foi achada! Nos seus 17 anos foi achada. Sabe agora que tudo isso é tudo isso, só não sabe se vale a pena ...

terça-feira, agosto 08, 2006

Mais aula ...

... Primeira semana de aula...
hum...mais compromissos
Ah!Mas se fosse só isso...
E não?
Não. Mais conflitos.
Mais...mais...mais tudo...
Ainda bem!...ou não...
Ou não ...

quinta-feira, agosto 03, 2006

RUA ENVENENADA


- Sabe o cachorro da Dona Maria? Morreu. Anteontem!
- Ai! Como? De quê?
- Envenenado.

A vizinhança era tranqüila. Exemplar, até. Ruazinha de dar inveja. Pátios sem grandes grades, apenas cercas baixas e bem pintadas. As árvores nos dois lados da rua serviam como traves para as peladas diárias da turma do João. Ricardo, Zeca, Caio, Juca e João, o time da rua. O outro time era o da outra rua. As duas equipes viviam a disputar qualquer negócio. Não era só futebol, não. Bolita, corrida de bicicleta também. Só ficavam do mesmo lado quando a Jurema aparecia. A misteriosa velha sem rua. Não existia um dia certo para suas aparições. Cabelos curtos e grisalhos, preso com uma meia dúzia de grampos. Para os dias mais frios, pouca roupa, aliás, a única. Uma calça moletom preta com um furo no joelho esquerdo e uma camiseta estampada. Como fiel companheiro, o seu olhar melancólico e o par de velhas botas. Não fazia o tipo assustadora, mas botava medo naqueles guris. Não raro, quando a turma teimava em guardar a pelota e ir para a casa tomar banho, uma das insistentes mães gritava: “Aé? Olha que a véia sem rua vem aí!”. Na hora a gurizada acabava o jogo. Advertência que servia também para os guris da outra rua.

O único que há pouco tempo passara a não mais se importar com os amedrontamentos era João. Na primeira, e última vez, que levou sua bola de couro, tinindo de nova para jogar, o Zeca fez bobagem. Brigou com o Joel, o guri mais velho e com pinta de forte da outra rua. O gorducho deu um chutão na bola e lançou-a na esquina, no pátio da Dona Maria. João nem se deteve em pedir ao Zeca para ir pegar a bola. Assim que ela saiu da ponta do pé do Joel ele acompanhou-a com o olhar e seguiu correndo para pegá-la, antes que o cachorro da vizinha destruísse a sua bola nova. Mais rápido que a corrida foi o pulo de João. Saltou a cerca, antes que a rabugenta Dona Maria o visse. Retornou à rua pelo fresta entre a cerca e o chão. “Imagina se a Maria Gorda descobre! Hehe!”- pensou com um sorriso sacana de quem havia aprontado mais uma. Ao dobrar a esquina, seu sorriso se desfez e qualquer pensamento foi apagado. Mal conseguia respirar. O olhar do João parou de brilhar quando se encontrou com o da Jurema Sem Rua. Foram dez segundos de pânico. Engoliu seco e desviou logo daquela velha. Voltou apavorado. Tratou de respirar fundo, ficar calmo e foi logo contando sua proeza aos demais guris. Escapara das garras da velha, da Dona Maria e da Jurema. Claro, sem dizer que ficara apavorado.

Isso já fazia mais de dois meses e, depois disso, João nunca mais sentiu medo da Jurema. Das poucas vezes em que a turma teve a surpresa de vê-la, os dois trocaram cúmplices olhares. João chegou a dizer para os outros guris um dia, sem muito pensar: “Deixem ela! É apenas uma mendiga!”. Mas fora isso, a vida na rua seguia calma e pacata. Famílias felizes, fofocas além das cercas, aposentados descansando em paz. Pelo menos até o dia do primeiro envenenamento. Dali uma semana, o segundo.

- E a gata do Seu João?
- Ah não!
- Sim, morreu envenenada também.
- Pobres bichanos! Como alguém pôde fazer isso? Que horror! Mas e aí? Tem suspeita do crápula que fez isso?

João não gostava muito das conversas entre a sua mãe e a mãe de Zeca. As duas levavam a fama de fofoqueiras da vizinhança, o que não deixava o guri muito a vontade. O que já não parecia incomodar muito o amigo. Zeca era conhecido como fuxiqueiro. Sempre queria fazer intriga na turma. Fazia quase 40º naquela tarde de sábado. O calor era tanto que os guris da outra rua não quiseram jogar. Os outros três da turma tinham ido ao clube. Zeca convidou João para jogar vídeo-game em sua casa. E não foi surpresa para João, lá estava a mãe dele com a do Zeca fofocando na beira da cerca, como de costume. Os guris estavam passando pela fofoca semanal quando João ouviu e parou.

- Dizem por aí que foi a Jurema. Aquela mendiga que passa aqui pela rua.
- Mas como pôde! Já não bastava a desgraça da vida dela, ainda tem que desgraçar a dos outros! Pobres bichanos.

Zeca cochichou com o amigo. - Viu só. Aquela velha não presta. Minha mãe disse que ela é bruxa e que é pra gente se cuidar, senão daqui uns dias ela nos pega.- advertiu ele, arregalando os olhos de fofoqueiro mirim. Os dois pararam e a “conversa” continuou.

- Pois é... dizem também que fez isso porque os bichanos estavam roubando sua os restos de comida dos lixos . . .

A mãe de Zeca percebeu que os guris estavam escutando e tratou de correr com os eles dali: -Já pra dentro. Mas que feio Zeca! Ouvindo a conversa dos mais velhos!

- Temos que dar um jeito nessa mulher. Sei lá....Não deixar mais ela passar, tirar ela daqui.
-Ah! Mas eu já disse...

Os guris foram jogar video-game. Afinal, a vida na rua feliz continuava, com ou sem os bichos envenenados, com ou sem a velha Jurema.

Rápidas...ligeiras férias...


... Semana rápida essa! Ah! Só mais uma, vai! Não dá! Começam as aulas! Um mês de férias, que na verdade foram 15 dias. Teve o Festival, depois veio a Jornada. E que Jornada, hehe! Muito legal. Muitíssimo. Duas primeiras semanas sem reclamações, simplesmente perfeitas, em todos e quaisquer sentidos possíveis. Ah! O Festival! Ah! A Jornada! :)

E depois...uma semana para sair com boas –e também más- companhias, hum... tempo para muita reflexão também, hehe! Até a outra sexta-feira, 22. É....muita coisa, muita não, algumas coisas aconteceram. E fez tudo mudar, ou voltar ao estado inicial. Se bom ou ruim, não sei. Aliás, só sei que não quero saber.
Ah! Mas a última semana. Sim, breve viagem. Cansativa-um pouco só-mas bacana. Sem muitos passeios, mas tempo para muita observação. Nada muito planejado, apenas uma mochila, só. Sem registros fotográficos. Fizeram falta esses, principalmente nas belas vistas de beira de estrada. Não tem como esquecer o dourado daquelas plantações de trigo reluzindo com o belo pôr-do-sol. Dessas imagens que se vê e suspira, sente-se que algumas coisas simples ainda fazem tudo valer a pena.

Tudo tranqüilo. Isso tudo até a última quarta-feira. Depois disso, alguns probleminhas que precisavam ser solucionados, já aqui na cidade. E assim foram. E aí mais uma sexta e, nem tudo como queria. Não fui onde queria e se fiquei com quem queria....já disse que não quero nem saber!

De sábado a terça...sozinha. Só queria internet para baixar músicas. Absolutamente solita. Sem telefonemas, breves diálogos via msn. E mesmo assim, raros. Exceto na calma noite de segunda. A única pessoa que também estava em casa bateu na porta, e com a voz irritante disse: - Nessa! Telefone! Ai! É aquele guri, não lembro o nome dele. Hum! Quem era? “Onde cê vai eu também eu vou”...haha!
Bom! Dei-me por conta. Já era! Chega de se entocar. Mas que droga! Passei as férias inteiras querendo sair, sair e sair. Conversar e tal. Agora, no último findi, a vontade de não sair do quarto, não sair de casa. Tudo muito bem assim. Decepção, a única, foi a de ouvir, ou melhor, dormir ouvindo o “jogo”. Mas fora isso, tudo bem e bem tranqüilo. Até renovei livros e dvds via internet para não ter que devolvê-los. Ai! O telefonema do Predo fez dar-me por conta que tudo acabou mesmo. Três dias bem aproveitados. Os melhores das férias? Hum...bom...isso já não sei... Deixe-me ver. Teve...hum......livros...tv...internet... filmes (?-hehe)....comida boa (sem sair de casa)... poesia ....poucas discussões com a cria da minha irmã....contos...escrevi algumas bobagens....músicas boas...friiio...ah sim! Alguma coisa faltou...hehe!Bom...mas isso se dá um jeito logo.


Quase perfeitos dias. Os intermináveis apitos dos trens lembravam-me que todos estavam na minha cidade maravilhosa. Ô droga! Bom...amanhã começam as aulas. Vida sociável (?) de novo . . .mas os apitos continuam...que m****! ...

(última segunda-feira)